Loli ☕

Reflections of nothing. Some kind of a diary. Enjoy!

segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Presente...

Ao apertar a minha mão, senti uma descarga eléctrica pelo corpo todo, de repente senti-me gelar. Começou pelas mãos, foi descendo, até aos pés, no início foi desconfortável, mas ao fim de uns segundos tornou-se aconchegante.
Então aperto-lhe a mão de volta, deixei de sentir o corpo, deixei de sentir a alma, simplesmente, não sentia nada. Como se não existisse, estava apenas a sobreviver.
Olho para ela e voltamos ao nosso caminho, aquele que nunca deveríamos ter interrompido.

Passado...

Estava farta, exausta, magoada, até que decidi deixar este frio de lado.  Decidi deixar de ser invisível. Separei-me dela, larguei-a, virei-lhe costas e não pensei duas vezes ao fazê-lo.
Fui perfeita, agradei a todos, senti-me bem, como nunca me tinha sentido antes, senti-me quente. Enquanto passava, todos me olhavam com encanto e admiração, não tinha qualquer defeito, eles amavam-me tanto! 
Mas nunca fui perfeita e nunca serei, enganei todos. Para quê? Talvez para não sentir o frio que já vivia dentro de mim, para remendar o buraco que existia no meu coração, para sair deste túnel escuro sem fim.
A máscara caiu, não me conseguia esconder, não me conseguia encontrar, no meio de tantas mentiras e falsidades. Fiquei paranóica, desesperada.
Fui deixada, enfraquecida, esquecida e abandonada.
Ela viu-me, sempre me viu, sempre me acompanhou e apoiou. Eu deixei-a. Foi o meu maior erro.
Sempre vivi através dela, com ela. Não adiantou o meu esforço para me libertar, apenas a beneficiou. Acabei por perceber que usar uma máscara é esgotante, frustrante e desgastante, mas foi com o meu erro que encontrei o meu lugar. A quem pertenço.





Jurei a mim mesma nunca mais me afastar de ti.
Seremos sempre só os dois.
És a minha única verdade, a minha realidade. A minha solidão.

MP

sexta-feira, 11 de agosto de 2017

We are alone in our favorite dark corner.  
Hades has his back against the wall and I'm nestled in the middle of his legs, with my back against his chest I could feel the beating of his heart, his breath tickled my ear, I linked our hands, I waited for him to squeeze mine back. Did not happend. I closed my eyes, sighed, and opened them again, I got up slowly and stretched out my hand to help him rise, in vain. 
He looked at me and said I'M GOING TO STAY HERE, then looked down again, rested his head on his hands and I realized.
I turned my back on him and walked away. I left, for good.

The end...








 



A cute boy got into me while I waited for a friend, who, as always, was late for our meeting. We changed phone numbers and for some weeks we exchanged text messages.
One day I came to the conclusion that we were starting a virtual relationship, we were not physically together, but we spent days and most of the nights talking. Initially by texts, but soon we started to speak by phone call.
We already knew each other well, so I suggested a date. How had this idea never crossed my mind? Or his?
He accepted my invitation to coffee where we had met.
We did not live far from each other, so we went out again, something that became a routine. We replaced virtual conversations with face-to-face conversations. 
A few weeks later, when I returned home from our meeting, I closed myself in the room, with the most stupid smile ever on my face, I lay down on the bed repeating our first kiss in my mind, the first of many. I tried to calm the butterflies around me, but it was not possible for some time.
However something changed, I tried to understand what, but I could not, so I asked him directly if there was anything wrong, but he always told me that everything was okay, nothing was wrong. I never fully believed that answer.
I began to question why I felt what I felt for him, what he said, what he did, what he have for me to feel so lost so quickly. 
After several (and failed) attempts to understand his emotional distance, I gave up. 
I conclude that Hades is really like that, do not they say it's over time that we really get to know people?
Despite his bad temper and slight coldness, I felt good when we were together, which also became less frequent.
Little things like going to the movies, became rare, my invitations to travel or simply go to the cafe on the corner were constantly rejected. Our intimacy became non-existent.
In the middle of a lunch, I suggested that we go for a walk, which ended in a corner of the public garden of the city, our dark corner.
In the beginning it was where we hid from the world.
Who would say that the beginning and the end could take place in the same place.


MP


**__**
                

Estamos sozinhos no nosso canto escuro preferido.
Hades tem as costas contra a parede e eu estou aninhada no meio de suas pernas, com as minhas costas contra o seu peito, eu conseguia sentir o seu batimento cardíaco, a sua respiração faz cócegas no meu ouvido, entrelacei os nosso dedos, esperei que ele apertasse os meus. Não aconteceu. 
Fechei os olhos, suspirei, e abri-os novamente, levantei-me lentamente e estiquei a mão para ajudá-lo a levantar-se também, em vão.
Ele olhou para mim e disse que iria ficar ali, de seguida, olhou para baixo novamente, pousou a cabeça nas mãos e eu percebi.
Virei-lhe as costas e fui embora. 
Fui embora, para sempre.

Fim...




Um rapaz super giro meteu-se comigo enquanto eu esperava uma amiga minha, que, como sempre, estava atrasada para o nosso encontro. Trocamos os números de telemóvel e durante algumas semanas trocamos mensagens.
Um dia cheguei à conclusão que estávamos a iniciar uma relação virtual, não estávamos juntos fisicamente mas passávamos os dias e grande parte das noites a conversar, inicialmente por mensagem mas rapidamente começamos a falar também por chamada.
Já nos conhecíamos minimamente bem, pelo que sugeri que nos encontrássemos de novo. (Nem sei porque é que algo não nos ocorreu antes)
Ele aceitou o meu convite para um café, no sitio onde nos tínhamos conhecido.
As nossas conversas tornaram-se um hábito, por isso sugeri que nos voltássemos a encontrar, esses encontros tornaram-se rotineiros. Substituindo assim as nossas conversas virtuais por conversas presenciais. 
Semanas mais tarde, quando regressei a casa do nosso encontro, fechei-me no quarto, com o sorriso mais estúpido de sempre na cara, deitei-me na cama e revivi o nosso beijo centenas de vezes na minha cabeça. Tentei acalmar as borboletas que insistiam em continuar no meu estômago, mas foi impossível. 
Algo mudou, tentei perceber o quê, mas não consegui, por isso perguntei-lhe directamente se havia alguma coisa errada, disse que não, que estava tudo bem. Nunca acreditei plenamente naquela resposta.
Comecei a questionar o porquê de sentir o que sinto por ele, o que ele diz, o que ele faz, o que ele tem para me ter conseguido afectar desta maneira.
Após várias tentativas (falhadas) de tentar entender a sua distancia emocional, desisti.
Concluí que Hades é mesmo assim, não se diz que é ao longo do tempo que vamos conhecendo as pessoas de verdade?.
Apesar do seu mau feitio e ligeira frieza, eu sentia-me bem quando estávamos juntos, mas até os nossos encontros se tornaram menos frequentes. Pequenas coisas como idas ao cinema, passeios ou mesmo idas ao café tornaram-se praticamente escassas. A nossa intimidade passou a ser inexistente. 
A meio de um (raro) almoço a 2, propus um passeio, que terminou no canto do jardim publico da cidade, o nosso canto.
No inicio era onde nos escondíamos do mundo. 
Quem diria que o inicio e o fim podiam acontecer no mesmo sitio.



MP

segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Princess ran after him, she began to feel the muscles of her legs swell and her heart was beating so hard and fast that she really thought that at some point he could jump out of his chest.
She got him.
She held his forearm and squeezed him, so he felt his fingernails pressed his flesh. Chaos didn't turn, didn't make any gesture to let her drop it, just stopped when he felt her so close to him.
Princess tried to catch her breath for a few seconds, who became minutes, however, her legs remained like Jell-O, she couldn't get out of there even if she wanted to.
Finally, she composed herself, straightened her hair, enlightened her back and wet her lips already dried and parched. Chaos didn't move, but it didn't seem to breathe.
-Why did you run? - he didn't answer the question, he kept still on his back to her.
She passed the hand that was free behind his back, felt him tremble, but did not stop, continued his journey from the left shoulder to the right shoulder, until it reached the base of the neck, he sighed, but continued on his back to her.
Finally, Princess managed to get her feet to move, so, without taking her hands off the places where they were, it turned Chaos with the body, facing it.
He had his head down and his eyes nailed to the ground, he clashed with himself, if he let his arm go, would she run away? Is this the moment when they were finally able to talk like two adults? She was afraid, she knew that any action would have its consequences, but she didn't know if she was prepared to deal with it.
She dumped his arm, took his hand now free to his face, tried to move it, unsuccessfully, then doubled his knees and looked at him from the bottom up, always keeping his other hand on his neck.
Suddenly, Chaos looked directly into her eyes, with such intensity that she perceived exactly what was going through her head, but decided to wait and make sure she would or did not break before him.
Princess thought it was time to stop thinking.
She held his face between her hands, put the weight of the body on the tip of his feet and pushing his body up against his lips. Her heart was beating rampant, but her body was relaxed and her mind was confident, continued. Chaos returned.

What he did not expect was that she would win her inner fight so fast, or that she had an unthinkable attitude, was surprised, enchanted and realized it is pointless to flee the obvious.


Princess & Chaos 

MP





























Princess correu atrás dele, começou a sentir os músculos das pernas inchar e o coração a bater com tanta força que pensou mesmo que a certa altura pudesse saltar do peito. 
Apanhou-o.  
Segurou-se ao seu antebraço e apertou-o, tanto que sentiu as suas unhas pressionarem a carne dele. Chaos não se virou, não fez qualquer gesto para que ela o largar, parou completamente assim que a sentiu tão perto de si. 
Princess tentou recuperar o fôlego durante uns segundos, que se tornaram minutos, no entanto as pernas continuaram bambas, ela não podia sair dali mesmo que quisesse, por fim conseguiu compôs-se, ajeitou o cabelo, endireitou as costas e molhou os lábios já secos e ressequidos. 
Chaos não continuava sem se mexer, nem parecia respirar. 
- Porque é que fugiste? - ele não respondeu à pergunta, continuou imóvel de costas voltadas para ela. 
Ela passou a mão que estava livre pelas costas dele, sentiu-o estremecer, mas não parou, continuou o seu percurso desde o ombro esquerdo ao ombro direito, até que chegou à base do pescoço, ele suspirou, mas continuou de costas para ela. 
Finalmente, Princess conseguiu fazer com que os seus pés se movessem, pelo que, sem tirar as mãos dos sítios onde estavam, contornou Chaos com o corpo, ficando de frente para ele. 
Tinha a cabeça para baixo e os olhos pregados ao chão, entrou em conflito consigo mesma, se lhe soltasse o braço será que ele fugia? Será que este era o momento em que finalmente iriam conseguir conversar como dois adultos?
Estava com medo, sabia que qualquer ação teria a sua consequência, mas não sabia se estava preparada para lidar com ela. 
Largou o braço dele, levou a mão agora livre à sua face, tentou move-la, sem sucesso, então fletiu os joelhos e olhou-o de baixo para cima, mantendo sempre a outra mão no pescoço.  
De repente, Chaos olhou diretamente para os olhos dela, com tal intensidade que percebeu exatamente aquilo que lhe estava a passar pela cabeça, mas decidiu esperar e certificar-se se ela iria ou não quebrar perante ele. 
Princess achou que estava na altura de parar de pensar. 
Prendeu-lhe a face entre as mãos, colocou o peso do corpo na ponta dos pés e ao impulsionar o corpo para cima encostou os seus lábios aos dele. 
O coração dela batia desenfreadamente, mas o seu corpo estava relaxado e a sua mente confiante, prosseguiu. 
Chaos retribuiu. 
O que ele não esperou foi que ela vencesse a sua luta interior tão rápido, ou que tivesse uma atitude impensada, ficou surpreendido, encantado e percebeu que não adianta fugir do óbvio. 


Princess & Chaos 


MP


sexta-feira, 4 de agosto de 2017





People are always saying to follow our dreams, draw a goal and try to conquer it regardless of the obstacles, which we are sure to find the way to our goal.
Let us grow to hear that we can be and do everything we want, with effort and dedication, that we will eventually be rewarded.
Let's be happy, have a perfect family and a job that we pride ourselves on, without forgetting that the work would be well "amortized."
We call this route the way of life.
So we're born, we grow, we dream, we plot the goal, we fight for it, we get what we want and we die happy.
The question you can put on is, so what happens to those who can't reach the goal? 
What are people who have no purpose? Ignorant? Unhappy? Abnormal? Sad? 
Why do we have to be inculcated to think/do the same?
What's someone who doesn't have plans or ideas for the future? You want to just see what happens? 
What is someone who doesn't aim to have a degree, have a big job with a big salary, or have a family? 😶


MP







As pessoas estão sempre a dizer para seguirmos os nossos sonhos, traçarmos um objetivo e tentar conquistá-lo independentemente dos obstáculos, que com toda a certeza, vamos encontrar no caminho até à nossa meta. 
Vamos crescendo a ouvir que podemos ser e fazer tudo o quisermos, com esforço e dedicação, que eventualmente seremos recompensados. 
Vamos ser felizes, ter uma família perfeita e um trabalho de que nos orgulhamos, sem esquecer que o trabalho seria bem "amortizado".
Chamamos a este percurso o caminho da vida. 
Portanto, nascemos, crescemos, sonhamos, traçamos o objetivo, lutamos por ele, conseguimos o que queremos e morremos felizes. 
A questão que se pode colocar é, então e o que acontece a quem não alcança o objetivo? O que são as pessoas que não têm qualquer objectivo? Ignorantes? Infelizes? Anormais? 
Porque é que temos que ser incutidos a pensar/fazer o mesmo?  
O que é alguém que não tenha planos ou ideias para o futuro? Que queira simplesmente ver o que acontece? O que é alguém que não tenha por objectivo ter um curso, ter um grande emprego com um grande salário, ou ter uma família? 😶



MP